É muito comum que as pessoas tenham dúvidas sobre os termos relacionados à inclusão. Nós acreditamos que usar os termos corretos é parte fundamental da inclusão. Por isso resolvemos montar esse Glossário da Inclusão com vários termos relacionados. Esse post será construído ao longo do tempo, então se você quiser sugerir algum termo, deixe nos comentários que a gente vai adicionando aqui. Nós também vamos adicionando termos aos pouquinhos.
Para pesquisar um termo é muito simples. Basta digitar Ctrl+F e se abrirá um campo para digitação no próprio navegador. Basta digitar nesse campo o termo que você está buscando e pronto!
A
Acessibilidade: É garantir que qualquer pessoa seja capaz de realizar determinada ação de forma autônoma, dentro de suas capacidades.
Acessibilidade Arquitetônica: É garantir a qualquer pessoa o acesso físico aos ambientes. Abrange questões como rampas, medidas de portas, distância entre os móveis, oferecimento de elevadores, indicações em braille, indicações visuais em cores acessíveis e diversos outros dispositivos. No Brasil é normatizada pela ABNT NBR 9050/2015.
Acessibilidade Atitudinal: É garantir, através de atitudes, a participação de todas as pessoas na sociedade. É uma das formas mais efetivas de inclusão, já que implica em mudança de atitude real. São questões como considerar a pessoa capaz de atividades, não infantilizar, pensar nas limitações do outro, entre outros. Muitos consideram como um conceito oposto ao capacitismo.
Acessibilidade Digital: É garantir a qualquer pessoa o acesso às informações disponíveis em meio digital. Engloba todo o meio digital incluindo programas, sistemas operacionais, aplicativos móveis, sites na web, arquivos de texto, planilhas, apresentações e qualquer outro recurso digital. Os padrões são desenvolvidos pelo W3C em âmbito mundial.
B
Baixa Visão: É considerada pessoa com baixa visão aquela que tem entre 5% e 30% de visão no melhor olho com a máxima correção. É um tipo de deficiência visual que pode ter várias causas. Muitos dos problemas enfrentados pelas pessoas com baixa visão estão relacionados a estarem numa faixa de visão entre os videntes e os cegos. É comum haver recursos acessíveis para cegos que não são aplicáveis às pessoas com baixa visão. Entre os recursos mais comuns utilizados estão lupas analógicas e eletrônicas, textos com fontes aumentadas, papéis em tons pastel ao invés de branco, tipografia acessível, leitores de tela etc. É um tipo de deficiência muito comum de ser adquirida com a idade. Muitas pessoas com baixa visão utilizam uma bengala verde para orientação nos deslocamentos, semelhante àquela utilizada pelos cegos, se diferenciando apenas pela cor. Essa bengala também tem como intenção sinalizar para as outras pessoas que se trata de uma pessoa com deficiência, pois muitas vezes quem tem baixa visão não aparenta a deficiência, o que causa confusões.
Braille: É uma codificação tátil para exprimir as letras e outros sinais gráficos. Foi criada por Louis Braille no início do século 19 a partir de um código tátil de comunicação militar. Ele é baseado em conjuntos de até 6 pontos dispostos em duas colunas de 3 pontos, que são chamados de célula. Esse sistema permite 64 combinações em uma célula, o que limita a quantidade de sinais que podem ser representados. Por isso, em alguns casos são adotadas combinações de duas células para representar um único sinal gráfico. Há sinais também para indicar letras maiúsculas, números, caracteres especiais e sinais matemáticos, além de muitos outros. É uma codificação que ocupa muito espaço, o que a torna pouco prática para conteúdos muito extensos. Necessita de prensas e papeis específicos para ser produzido, o que pode encarecer e diminuir o acesso das pessoas. Atualmente, está pouco a pouco sendo substituído pelos leitores digitais em textos longos, mas permanece uma solução muito presente e útil para pequenas indicações como em elevadores, placas de sinalização, caixas de produtos, cardápios e outros produtos. Não há um único padrão de medidas para sua produção, sendo que diversas instituições e governos propõe seus próprios padrões de tamanho dos pontos e das células, altura dos pontos e espaçamentos. Sua adoção é fundamental para garantir a inclusão das pessoas com deficiência visual.
C
Cadeira de Rodas: É um veículo de transporte individual que consiste de uma cadeira com 3 ou 4 rodas. Os modelos de 4 rodas são os mais comuns para locomoção no dia-a-dia e podem ser impulsionados pelo próprio usuário, um ajudante ou mesmo serem motorizadas. Os modelos com 3 rodas, chamados de triciclos, são geralmente usados em competições esportivas.
Cadeirante: É a pessoa que se locomove em uma cadeira de rodas, independente da deficiência que tiver.
Capacitismo: É considerar o outro inferior somente por ser pessoa com deficiência. Não é necessariamente um rebaixamento intencional do outro, podendo se manifestar em ações veladas. São ações como colocar o outro para desempenhar apenas funções muito simples na empresa só por ele ser PcD ou infantilizar a PcD como se ela fosse incapaz de viver por si só.
Cego: É a pessoa que possui menos de 5% de visão no melhor olho com a máxima correção. Pode ter causas diversas e ocorrer desde a formação do feto até a velhice. Os recursos mais comuns utilizados pelos cegos são o Braille, a bengala de orientação, os leitores de tela e outros softwares de acessibilidade.
D
Deficiência Intelectual: É qualquer tipo de deficiência que afete a capacidade cognitiva da pessoa. Inclui uma gama incrivelmente variada de deficiências. Pode se manifestar como uma capacidade de raciocínio inferior ao esperado para a idade, dificuldades em raciocínios específicos como o lógico
F
G
H
I
J
K
L
Lei Brasileira de Inclusão (LBI): É a Lei 13146/2015 e a principal legislação brasileira que trata da pessoa com deficiência e sua inclusão na sociedade. Teve como referência a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, da ONU, que foi ratificada pelo Congresso Nacional em julho de 2008.
LIBRAS: Língua Brasileira de Sinais. É uma língua composta exclusivamente por gestos e expressões faciais. É uma língua pois possui estruturas fonológica, morfológica, sintática e semântica próprias. É um idioma particular do Brasil, sendo diferente das línguas de sinais adotadas em outros países, inclusive em Portugal. É a primeira língua em que muitos surdos foram alfabetizados, sendo seu primeiro idioma e o Português o segundo. Motivo pelo qual muitos surdos têm mais domínio da LBRAS do que do Português escritos, sendo fundamental que seja adotada na sociedade como um todo e principalmente no ensino, de forma a propiciar um desenvolvimento adequado da pessoa. Tem sua origem ainda no século19 com a mescla de elementos de comunicação dos surdos brasileiros com elementos da língua francesa de sinais. É reconhecida como meio legal de comunicação desde 2002.
Língua de Sinais: É qualquer idioma gestual. Seus desenvolvimentos estão muito ligados à comunidade surda ao redor do mundo e, em geral, de forma diferenciada em cada país ou região. Por isso é comum que países diferentes tenham línguas de sinais próprias ainda que partilhem o mesmo idioma falado. É comum que o surdo seja alfabetizado primeiro na Língua de Sinais de sua comunidade, de forma que essa se torna seu primeiro idioma e aquele na qual a pessoa possui fluência completa. Enquanto isso, o idioma escrito, no qual a pessoa é alfabetizada muito mais tarde se torna seu segundo idioma e isso contribui para que muitas delas não obtenham fluência total ou, em alguns casos, mesmo domínio do idioma escrito. Portanto, o uso da Língua de Sinais é uma poderosa forma de inclusão e deve ser estimulada em todos os ambientes, principalmente nas escolas.
Linguagem de Sinais: Esse termo é, em geral, usado de forma errada para se referir às Línguas de Sinais. Linguagem é qualquer forma expressão de pensamento, seja de forma escrita, verbal ou por sinais. No entanto a linguagem não exige nenhuma estrutura ou regra formal. A linguagem é apenas a forma. Toda língua é um tipo de linguagem, mas nem toda linguagem é uma língua.
M
N
O
P
Paraplegia: É a condição na qual a pessoa não possui controle dos movimentos dos membros inferiores. É causada por uma lesão na medula espinhal que impede a comunicação entre o cérebro e a região afetada. Essa interrupção da comunicação causa prejuízo de funções como controle dos movimentos, sensibilidade e funções fisiológicas. A área afetada está diretamente relacionada com a localização da lesão medular e também com a gravidade da lesão. Por isso, há cadeirantes que, apesar de não terem os movimentos das pernas, ainda preservam a sensibilidade em algumas regiões. De forma geral, é afetada toda a região abaixo do ponto onde está a lesão. Pode ser causada por traumas nas vértebras da coluna dorsal e lombar, infecções e outras doenças.
Paraplégico: Pessoa que não possui o controle dos movimentos dos membros inferiores. Ver paraplegia.
Pessoa com Deficiência: De acordo com a LBI, é considerada pessoa com deficiência “aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.” (Art. 2o). Esse é um termo que se refere a qualquer pessoa que possua uma deficiência. Ele foi pensado para substituir termos antigos como deficiente ou especial. A ideia dessa construção é deixar claro que estamos falando de uma pessoa que tem algo, evitando que se reduza a pessoa a alguém deficiente ou que se exotize ela a tornando especial. Ela é uma pessoa como todas as outras e que não é toda deficiente, mas apenas possui características próprias que podem lhe impor limitações em uma determinada área, mas que possui uma série de capacidades e potencialidades em diversas outras. O termo está sempre em debate, pois é apenas com seu uso que é possível notar as nuances que ele vai ganhando no dia-a-dia. Mas por enquanto esse é o termo mais correto.
Q
R
S
Surdo: Legalmente é considerada surda a pessoa “que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais – Libras “ (Decreto 5.626/05, artigo 2º). Em parâmetros objetivos dados pelo mesmo decreto, é considerada perda auditiva “a perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas freqüências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz.” (Artigo 2º, Parágrafo Único). Dessa forma, surdo é todo aquele que teve perda auditiva e que interage com o mundo de forma visual.
T
U
V
X
Y
Z
Inconformada com o preconceito e com uma educação não inclusiva tenta todos os dias fazer algo para que isso seja diferente. Mais que um valor moral, tornou isso sua profissão. Apaixonada por educação e inclusão. Sonha em viajar o mundo e num mundo que não seja mais preciso falar em inclusão, pois a inclusão pressupõe a exclusão.