7 Dicas para encontrar uma informação confiável

Nós aqui na L2 trabalhamos muito com informações. Todos os dias lemos artigos científicos, livros e textos na internet. Nós assistimos documentários, aulas e outros vídeos on-line. “Audiolemos” livros e ouvimos podcasts. Tudo em busca de mais e mais informação confiável. E não é só por motivos profissionais. Nós gostamos mesmo de aprender e fazemos isso quase como um hobby.

É claro que a internet facilita demais esse processo. Com poucos cliques conseguimos chegar em fontes que jamais seria possível ir fisicamente. Da nem sempre confiável Wikipédia em português ao acervo de conceituadas revistas científicas. Isso tudo passando por um sem número de blogs e outros sites. Sem esses recursos, com certeza seria muito difícil conseguir essas informações. Mas com tantas fontes disponíveis é claro que nem tudo é confiável. Pra dizer a verdade, muita coisa que a gente lê todo dia é informação enviesada, incompleta ou falsa mesmo. Conseguir encontrar informações confiáveis acaba sendo um desafio complexo, mas que a gente pega o jeito com o tempo.

E nós sabemos que essa busca por conhecimento também é uma constante para aqueles que convivem com as pessoas com deficiência. Saber detalhes da deficiência, formas de melhorar a qualidade de vida, dicas para o dia-a-dia, alimentação, exercícios físicos, tratamentos e muitos outros assuntos. E é claro, a própria pessoa com deficiência quer mais informações sobre si e sua própria condição. É natural e bastante saudável também. Mas acontece o mesmo problema que ocorre conosco. A quantidade de informações incorretas é enorme e, infelizmente, muitas pessoas tomam o falso como verdade. E para piorar as pessoas compartilham essas informações incorretas, fazendo o problema se espalhar por aí. Nem tudo é realmente prejudicial, mas uma boa parte pode causar bastante estrago.

Pra tentar ajudar as pessoas na sua busca por informação confiável, elaborei uma pequena lista de ações simples que podem ajudar você a se encontrar no meio de tanta bagunça.

  1. Verifique as Fontes

Essa é a dica mais básica. Se alguém disse algo, ele precisa estar se baseando em alguma fonte. Pode ser um artigo científico, um livro, outro link, um artigo na Wikipédia ou o depoimento de alguém. Se a fonte não é citada em lugar algum, há boas chances dela não existir. E uma informação sem fonte é muito pouco confiável. Muito pouco mesmo! A pessoa pode simplesmente ter sentado na frente do computador e digitado coisas que achava que renderia visitas à sua página. Pode parecer bizarro, mas muitas pessoas não se importam se a informação que estão passando vai causar mal a alguém. Então, trate com muitíssimo cuidado qualquer informação que não tenha fonte.

Além disso, só citar a fonte não é suficiente. É preciso que essa fonte seja confiável. Não adianta eu dizer que o São Paulo é o melhor time do Campeonato Brasileiro e citar como fonte meu tio Zequinha, torcedor ferrenho do tricolor paulista. Pra tornar a informação confiável eu vou ter que mostrar estatísticas que devem estar no site da CBF ou de algum jornal de esporte, por exemplo. O mesmo acontece com qualquer outra área do conhecimento. Se é alguma coisa de saúde, é natural que esteja numa revista científica da área médica, por exemplo. Só saber se a fonte possui alguma autoridade no assunto não é todo trabalho, mas ajuda bem.

Aqui no Blog da L2 nós deixamos, sempre que necessário, as fontes que usamos no final do artigo. Muitas também estão no decorrer do texto! E se alguma informação ficou sem referência por descuido, você pode nos cobrar nos comentários que nós corrigiremos o texto. Prezamos muito por informações confiáveis!

  1. Desconfie dos erros de português

Uma das características que mais me deixam com a pulga atrás da orelha é um texto cheio de erros de português. E essa língua tão mal tratada sofre muito nas mãos das pessoas que passam informações incorretas. Confundir mal com mau, mas com mais, errar conjugações, assassinar os plurais, comer preposições. Tudo isso conta. É claro que ninguém precisa usar mesóclise e errar uma crase aqui ou ali é perdoável, mas se os erros são muito básicos, desconfie. Informação confiável não combina com português de péssima qualidade!

  1. Informações muito generalistas devem ser tratadas com ressalvas.

Sabe aquelas informações que parecem a salvação da humanidade? Aquelas que servem pra todo mundo em qualquer situação? “O segredo dos famosos para perder 10kg nesse verão!” ou “A dica matadora para aumentar suas vendas!” são títulos comuns de textos com fórmulas prontas que servem pra todo mundo sem restrição. Se fosse assim seria muito fácil viver! Mas o fato é que dificilmente uma informação é confiável em todas as situações. Veja o exemplo das dicas de alimentação. Vai adiantar muito pouco eu pegar uma dieta pronta na internet e aplicar ela direitinho pra mim, mesmo que ela tenha funcionado muito bem pra outra pessoa. Meu metabolismo é diferente, meu peso é diferente, os alimentos disponíveis na minha região têm composições ligeiramente diferentes e mais um caminhão de diferenças. Então, o certo mesmo é procurar um profissional de nutrição que vá investigar o meu caso e me indicar uma dieta específica que vai me ajudar a perder essa barriga (coisa que eu estou precisando muito, aliás). O mesmo se dá com outros assuntos. Desconfie daquela solução pronta que você pode aplicar sem nenhum tipo de adaptação, pois ela pode ser uma furada bem grande. Antes de sair colocando em prática aquela dieta super fantástica da Fernanda Lima, veja se ela realmente se aplica ao seu caso! Se quiser, pode começar a usar essa dica com esse texto mesmo!

  1. Uma informação confiável não contraria conceitos básicos da natureza

Pensa comigo, existem coisas no mundo que são muito básicas. Por exemplo, tudo no planeta é atraído para o centro da Terra. É a gravidade nossa de cada dia que nos impede de sair por aí voando pelo espaço. Se alguém me disser que viu fulano voando, a primeira coisa que eu penso é que essa informação está errada, já que isso contraria o princípio básico da gravidade. O mesmo raciocínio eu uso pra outras áreas. Toda vez que você ouvir uma informação, analise se ela não viola alguma noção muito básica da forma de funcionamento do mundo. Se fizer, exija uma explicação muito boa pautada em fontes confiáveis, pois pode ser que a situação pareça violar as regras, mas não faça isso de verdade. E fique esperto, por incrível que pareça, há muita informação rolando por aí que simplesmente ignora as leis naturais mais básicas. Esse filtro vai eliminar mais coisa do que você imagina.

  1. Vá além do título

Parece bobeira dizer que pra saber o que um artigo diz eu preciso LER esse artigo, mas muitas pessoas se dão por satisfeitas apenas lendo o título e tirando suas próprias conclusões. Considerando que muitos títulos são feitos especialmente para passar uma ideia diferente da que o texto realmente contém, a pessoa que fica apenas no título está perdendo a informação verdadeira. É claro que com a quantidade de informação que recebemos fica difícil ler tudo com a atenção devida, mas precisamos fazer um esforço pra tentar pegar a verdade. O título está ali pra te chamar a atenção, mas a informação confiável está além dele. Depende de nós ir lá e buscar.

  1. A experiência pessoal conta, mas nem tanto

Eu sei, eu sei. Parece um absurdo isso que eu estou falando. Mas calma, eu vou explicar. Aquilo que nós aprendemos na prática é muito bom e muitas vezes fundamental. Mas nem tudo que aprendemos na prática serve para todas as situações. Como lidar com pessoas não é uma ciência exata, pessoas diferentes levam a resultados diferentes. Então é preciso entender muito bem qual fator é realmente responsável por um determinado resultado. E isso é muito difícil de reconhecer sem o método adequado. É por isso que os cientistas seguem uma forma específica de trabalho para garantir que não vai haver confusão a respeito dos resultados (ainda vou escrever alguma coisa sobre o método científico). Por exemplo, se eu dei um remédio para uma pessoa, como eu tenho certeza absoluta que foi o remédio que fez ela melhorar e não outro fator? Parece óbvio que se eu dei um remédio e a pessoa melhorou, isso aconteceu por causa do remédio. Mas a pessoa pode ter melhorado simplesmente por causa do efeito placebo, ou porque ficou afastada do trabalho e começou a descansar direito, ou até mesmo o corpo se curou sozinho. Pra ter certeza eu tenho que observar muito bem a pessoa, comparar ela com outras pessoas que também estão doentes e estão tomando o remédio e com outras que não estão tomando e mais um monte de outras recomendações. Por isso que nem sempre no dia-a-dia da prática nós conseguimos identificar todos os fatores relacionados ao que aconteceu. Sem o devido estudo é muito arriscado aplicar à pessoa A o que foi aplicado à pessoa B. Por isso que a prática tem que estar muito bem fundamentada em uma teoria. A informação confiável geralmente vem de uma boa combinação de teoria e prática, que com certeza produz excelentes resultados.

  1. Use e abuse do bom senso

Essa é a dica de ouro! O bom senso é fundamental na hora de identificar uma informação confiável. Tem horas que a gente acaba deixando de lado o bom senso só porque a dica é boa demais ou parece nos trazer um benefício muito grande. Esquecemos de desconfiar. Antes de tomar como verdade, avalie bem, desconfie, use do seu bom senso e só depois decida se a informação é confiável mesmo. É aquilo, bom senso e canja de galinha sempre fazem bem! (Mas essa informação carece de fontes…)

Seguir essas regras não vai te deixar livre de informações incorretas, mas vai deixar seu filtro muito mais rigoroso. Com a prática você vai começar a identificar os erros mais claros logo de cara e com um pouco mais de treino vai conseguir aplicar isso a outras áreas da sua vida. A internet é uma fonte inestimável de informação e nós mesmos podemos melhorá-la ainda mais passando adiante apenas informações confiáveis. E informação confiável é fundamental para vida como um todo e ainda mais quando lidamos com pessoas com deficiência!

 

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