Estimulação precoce na síndrome de Down
A semana passada publicamos um texto que envolvia a síndrome de Down (por falar nisso, você já Leu? Vale a pena viu, clique aqui e leia, não vai se arrepender), recebemos diversos comentários e percebemos que ainda são muitas as dúvidas que envolvem a Síndrome de Down e por isso decidimos continuar falando dela essa semana. Vem com a gente?
Hoje vamos falar sobre um outro assunto que também pela falta de informação, principalmente dos responsáveis, ainda acontece pouco ou bem depois do que deveria realmente acontecer: Estimulação precoce!
E o que isso tem a ver com a SD? Algumas características da síndrome podem afetar o desenvolvimento da criança. A hipotonia, por exemplo, que é uma característica que está relacionada ao músculo da pessoa com síndrome de Down (baixo tônus muscular), que na prática pode ser observado na elasticidade dessas pessoas, mas também na “fraqueza” delas. Essa característica pode, por exemplo, interferir no andar da criança. É como se ela não tivesse força suficiente para fazer esse movimento com as pernas. A hipotonia pode interferir também na fala da criança, pois os músculos faciais ou do maxilar também são afetados e para falar nós precisamos realizar movimentos com a boca.
Estimular é submeter-se a ação de um estímulo, e que estímulo é esse? Cada um dos profissionais especializados darão os estímulos correspondentes a sua especialidade, a questão da hipotonia pode ser trabalhada e, por exemplo, adiantar o processo de andar e falar da criança. E outras diversas características da SD também podem ser estimuladas!
Quando posso começar a estimular minha criança?
Desde os seus primeiros dias de vida já é indicado que a criança tenha uma equipe que a acompanhe. Estudos indicam que quanto antes a estimulação acontecer, maior o impacto no desenvolvimento daquela criança.
Não darei exemplos de maneiras de estimular aqui, pois como gosto de dizer, cada criança é única e deve ser tratada como tal, e em conjunto ela deve ser vista como única. É importante que essa equipe seja formada por pais, educadores (quando já em fase escolar), fonoaudiólogo, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, psicólogo e médicos.
Consulte especialistas para tomar a melhor decisão em relação à sua criança, pois em alguns casos, alguns cuidados com determinados estímulos devem ser tomados, como crianças com cardiopatias, por exemplo. É importante que você procure especialistas certos, peça indicação a outras mamães e papais que já levaram seus bebês, mas lembre-se que o que deu certo pra um nem sempre dará certo pra outro.
Como saber o que é melhor para eles?
Como já dissemos, trabalhar com especialistas e com equipes multidisciplinares é a melhor forma de conseguir bons resultados. Vejo relatos quase todos os dias de crianças que não estavam recebendo o tratamento adequado e que ao trocar o especialista a história muda totalmente de figura. Temos que entender que há alguns cuidados que pessoas com síndrome de Down devem ter e que só um bom conhecedor do assunto poderá perceber e estar atento a essas questões. Recentemente ouvi uma mãe contando sobre sua filha, já com 6 anos e que não andava. Os profissionais que a atendiam diziam que era normal, que a criança com síndrome de Down anda bem mais tarde mesmo. Um dia, após uma conversa com outra mãe, ela ficou incomodada e levou em outro médico, esse outro profissional constatou que a menina tinha quase 5 graus de miopia, e ao colocar os óculos no rosto, a menina já saiu andando do consultório. Por isso que ter a assessoria dos profissionais certos faz toda diferença! E no caso da estimulação precoce, contar com quem sabe exatamente quais características precisam ser estimuladas e como fazer isso é fundamental.
Temos que acreditar em nossos pequenos, acreditar nas potencialidades deles e dar os melhores estímulos, isso fará uma diferença enorme no desenvolvimento deles, pode apostar!
Um trabalho em equipe é sempre a melhor forma de estimular as crianças com síndrome de Down, a participação da família é essencial e fundamental nesse processo. E muitas vezes essa estimulação começa de forma tardia por desconhecimento dos pais.
Ainda tem alguma dúvida? Entre em contato com a gente, mande aqui nos comentários ou por e-mail, estaremos sempre dispostos a ajudar. É importante lembrar que a estimulação precoce não cabe apenas para pessoas com síndrome de Down, mas para qualquer outra deficiência, é que no caso da síndrome citada aqui, o impacto pode ser bem maior do que em outras deficiências.
Obs: Quando escrevo pais, leia-se aquele que cuida, que realiza essa função na prática, não importa se não é biológico, pai/mãe é quem cuida da criança, aquele que está com ela no dia-a-dia acompanhando todo o desenvolvimento dela, ok?
Inconformada com o preconceito e com uma educação não inclusiva tenta todos os dias fazer algo para que isso seja diferente. Mais que um valor moral, tornou isso sua profissão. Apaixonada por educação e inclusão. Sonha em viajar o mundo e num mundo que não seja mais preciso falar em inclusão, pois a inclusão pressupõe a exclusão.